Os Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro, realizados há pouco tempo, deixaram um legado de dívidas e complicações: o Engenhão, estádio de futebol com uma das mais modernas pistas de atletismo do país, sucumbiu ao pré-abandono. O Complexo de Natação Maria Lenk, idem. Mas a pior parte deste desastre moral-organizacional do Pan-RJ foi o custo: dos R$ 520 milhões orçados, ele chegou ao final no valor de R$ 4 bilhões!
Agora, 6 anos precedendo as Olimpíadas do RJ e 4 da Copa do Mundo, o Governo Federal está usando uma brecha na lei: a possibilidade de contratação de funcionários sem concurso público, por motivo de calamidade pública!
Funciona assim: quando há algum desastre natural (alagamentos, deslizes de terra), há a possibilidade de contratar emergencialmente qualquer pessoa, a fim de agilizar o uso da mão de obra e o serviço. Salários e tarefas são definidos pelo contratante, sem burocracia.
Atraso em “obras da Copa do Mundo” é motivo para enquadrar como “calamidade pública”?
Evidente que não. Simplesmente estão adiantando o abominável “contrato emergencial”, sempre usado em atraso de obras e que não requer licitações. Vai que as obras não atrasem…
Imaginem o que vai rolar até 2014 e 2016! Haja dinheiro para impostos a fim de custear tudo isso…
Informações baseadas em: (matéria da FSP com citações abaixo): http://www1.folha.uol.com.br/esporte/766549-cabide-de-emprego-ronda-os-jogos-olimpicos-do-rio-2016.shtml
CABIDE DE EMPREGO RONDA RIO-16
Por Filipe Coutinho
O governo federal usou a lei de calamidade pública para abrir uma brecha que pode tornar a Rio-2016 um cabide de emprego olímpico, sem concurso público ou quantidade de cargos definida.
A seis anos dos Jogos, o governo já usa o expediente de evitar atrasos para nomear quantas pessoas quiser, com o critério que julgar mais apropriado, pelo tempo que achar necessário e com o salário que considerar justo.
A possibilidade de contratação temporária foi inserida em projeto de lei enviado à Câmara dos Deputados. A proposta cria a APO (Autoridade Pública Olímpica), órgão responsável pelo acompanhamento dos Jogos.
Pelo texto, a contratação será baseada na lei de calamidade pública, de 1993, que permite fazer nomeações temporárias em casos como crises no sistema de saúde e outras situações de emergência –o governo agora quer enquadrar atrasos nas obras.
Apesar de provisórios, os contratados poderão trabalhar por até três anos “excepcionalmente”. E mais: os contratos podem ter “sucessivas prorrogações”.
Os salários serão baseados em valores da administração pública ou de mercado.
O projeto de lei afirma que o custo com pessoal não pode passar do limite orçamentário da APO. A contratação deve ser feita por “processo seletivo simplificado”, com critérios a serem definidos.
Os deputados da Comissão de Administração Pública tiveram quase um mês para enviar emendas à proposta do governo. Só uma alteração foi sugerida, mas sem relação com os temporários.
A emenda, elaborada pelo deputado Walter Feldman (PSDB-SP), pede um integrante da Câmara e outro do Senado no conselho que comandará a APO.
COMISSIONADOS
A APO servirá ainda para criar 484 cargos comissionados, sendo 84 exclusivos do órgão, e outras 300 pessoas do serviço público serão convocadas, com remuneração extra de até R$ 5.000.
Os cargos poderão custar R$ 369 milhões até 2018, quando a APO será extinta.
A média salarial dos comissionados contratados pela APO é de R$ 16 mil. O chefe do órgão será nomeado pelo presidente da República e ganhará R$ 22 mil por mês. O mandato é de quatro anos, permitida a recondução.
Só para a APO começar a funcionar, o governo prevê gastar R$ 94 milhões.
Os 484 servidores terão como função fiscalizar obras e selecionar projetos.
A APO é um consórcio formado pelos governos federal, do Rio e prefeitura carioca. O projeto deve ser aprovado no Legislativo dos três governos. A criação do órgão foi uma garantia dada pelo Brasil ao Comitê Olímpico Internacional para a candidatura do Rio. A sede será na cidade.
MINISTÉRIO DO ESPORTE
O Ministério do Esporte nega que a APO (Autoridade Pública Olímpica) terá gastos excessivos com pessoal em razão da contratação de funcionários temporários. Para o ministério, esse expediente evita inchaço da máquina.
“A contratação ocorrerá apenas pelo período necessário. Com isso, evita-se inchaço no quadro com profissionais que terão função somente por determinado período de tempo”, diz a nota.
O ministério avalia que o salário dos cargos comissionados foi baseado em pesquisas de mercado e defende ainda que contratações temporárias serão necessárias.
“A APO terá necessidade de especializações em diversas áreas, e elas serão supridas por profissionais a serem contratados por períodos determinados, para o trabalho em certas fases do projeto.”
Segundo a assessoria do Ministério do Esporte, o modelo para o funcionamento da APO foi inspirado em outras edições dos Jogos.
“A quantidade de cargos está referenciada em experiências de outras cidades que organizaram os Jogos Olímpicos.”
O comitê Rio-2016 diz que não responde sobre a APO, já que o órgão é de responsabilidade dos governos federal, estadual e municipal.

Hi professor.
É preciso manter o propinoduto funcionando, empregando a pelegaiada e turbinando a campanha da Dilma. Na construção das obras do PAN, numa obra em que seriam utilizados 900 aparelhos de ar condicionado, foram comprados 1800. Até hoje, segundo matéria recente dos jornais, estes aparelhos estão enferujando e virando sucata. Isto é apenas um pequeno exemplo do desperdício. Depois vem o da empregaiada do pelegos que não trabalham mas recebem altos e polpudos salários, E o riiiio de janeiro continua lindo. É isso!!
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