Muito se tem falado de Neymar Jr, outrora a Joia Santista; craque emergente que estava brigando para ser o melhor do mundo e… que acabou sendo achincalhado pelos excessos de simulação nessa Copa do Mundo.
Tivemos todo tipo de meme, ironia e brincadeira sobre as suas simulações. Torcedores adversários, críticos e gozadores fizeram a festa com ele, e até mesmo empresas ganhando dinheiro com sua indisciplina. A KFC, gigante do frango empanado, por exemplo, colocou um jogador “rolando como Neymar” atravessando uma cidade somente para poder ir comer um dos seus pratos. Crianças brincam de Challenger Neymar, a fim de imitar suas quedas. Virou mania mundial gritar “Neymar” e cair.
Isso é um alto preço a se pagar. Quando surgiu, era assustador o que fazia. Me recordo da inauguração da Red Bull Arena (amistoso entre RB New York x Santos) onde após se jogar, o árbitro disse claramente: You? NO! Após a sua passagem por Barcelona, tinha amadurecido mais, e justo agora que estava melhorando em diminuir as simulações, desandou durante o Mundial! Perdeu o equilíbrio emocional e exagerou nas quedas.
É verdade que ele apanha muito e é cassado em campo, mas faz por onde: cada vez que simula – e os adversários sabem que os árbitros estão marcando o brasileiro – batem mais ainda. Toda magia e simpatia está se transformando em antipatia e ódio.
A verdade é que a CBF parece não ter se preocupado em ajudar a “reeducar Neymar”. Prova disso é o alto comando da casa fazendo trapalhadas e se isolando do resto do mundo: vide o Cel Nunes, que declarou a Jamil Chade no Estadão de ontem: “os deuses do futebol não estavam a nosso favor no jogo contra a Bélgica”.
A culpa é dos “deuses” mesmo?
Aí somos obrigados a escutar Edu Gaspar dizendo que “não é fácil ser Neymar”. Ora, quanto maior o salário, benesses e regalias, maior é a necessidade de se ter responsabilidade!
Verdade seja dita: quando Renê Simões disse que um monstro estava sendo criado, muito se criticou. “Puxar a orelha do menino” (que já tem 26 anos) parece ser impossível hoje.
Marco van Basten, o craque holandês do Milan e que hoje é diretor de desenvolvimento de futebol da FIFA, foi a última personalidade importante do futebol a criticar Neymar, dizendo que “simular não é uma boa atitude e que ao menos suas encenações ‘faz rir muito quem as vê.’”
Não sou radical, pois ele realmente sofre muitas faltas e é perseguido em campo. Mas a imagem ruim construída por ele próprio ajuda. Pelé também apanhava muito, mas sabia revidar no momento adequado. Ou não nos lembramos da cotovelada do Negão em Fontes, quando o uruguaio iria lhe quebrar, na Copa de 70?
É difícil falar isso a um adulto, milionário e famoso, mas… é hora de CRIAR JUÍZO (ou melhor: passou da hora)!