Quarta-feira de Cinzas: dia difícil para quem faz serviço de banco. Agências lotadas, muita confusão e situações difíceis. Dentre os muitos percalços, presenciei uma triste cena. Na agência Itaú da Rua do Rosário, há pouco, um senhor foi pagar sua conta com uma nota de R$ 100,00. O caixa identificou de bate-pronto que a nota era falsa. Ao avisar o cliente, um surto! O dono da nota entrou em desespero e teve um ataque de fúria. Começou a gritar, xingar, exigir que o caixa recebesse a conta com a nota. O caixa tentou acalmá-lo sem sucesso. O coitado do cidadão se tornou agressivo, batia no balcão e falava vários palavrões. E queria a nota de volta a qualquer custo. Ameaçava todo mundo, quase saltou o biombo, implorou e se descontrolou. De acordo com a lei, a nota deve ficar retida – mas isso não era entendível para ele.
A fila era de 36 pessoas no início da discussão. E simplesmente parou.
O mais incrível disso não foi o desespero do cliente e seu surto: o mais impressionate foi o número de pessoas que riam sem compaixão disso. Achavam graça, se divertiam com o nervosismo e a situação de alguém enlouquecido que falava bobagens e estava fora de si.
Triste comportamento da raça humana. Como se pode ironizar um pobre que foi tapeado e está inconformado?
E se a situação fosse com alguns dos risonhos insensíveis que estavam na fila?
Apenas faço o relato de uma situação que não me entra na minha cabeça. As pessoas são assim mesmo, insensíveis, ou a sociedade perdeu a noção da piedade?
Na minha opinião faltou habilidade do Profissional do Caixa ou falta orientação da Gerência, pois numa situação dessas o correto ou mais razoável é retirar o cliente da fila e convidá-lo à sala de alguma instância superior, alegando, preliminarmente, por exemplo, algum problema com o documento a ser pago. Na dita sala, o cliente seria orientado e esclarecido quanto à falsidade do dinheiro por ele apresentado e as medidas legais cabíveis, evitando-se, assim, certo constrangimento.
Campinas/SP, 10/02/2016.
Oliveira Jorge de Lima – Economista e ex-bancário.
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Concordo contigo, Oliveira. O sujeito era simples, estava assustado e nervoso. E nesta carestia, 100,00…
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Realmente triste realidade. As pessoas perderam o amor ao Próximo. Fruto deste Comunismo desenfreado.!!!
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